Às vezes eu não sei que sei. A ideia estava lá, pulsante, latente, e eu não sentia sua respiração. Porque era tão fraca, tão frágil… Era muito mais um suspiro, um derradeiro fôlego. Desci do carro debaixo de muita chuva e iniciei meus passos largos rumo ao meu abrigo próximo. A verdade quase expirava, era quase falecida. E ali, em um dos passos molhados e turbulentos, a tempestade – que fora incapaz de fazer dissipar o perfume que me seguia desde o carro, e que nele também ficara – me fez, numa fração de instante, vislumbrar algo. Eu soube que eu sabia. E a essa simples constatação, a verdade arfou. Em seus pulmões foram soprados um novo fôlego de vida. Normalizaram-se seus batimentos vitais. Em segundos ( ou em poucos passos) ela tomou forma, força, cor, reviveu. Saber que sabia salvou a ideia. Trouxe-lhe mais que vida, visibilidade.
(Raissa Lopes)
Oh…Roli!Muito lindo!Gostei!A verdade,ah ela merece uma sobrevida! não só pq não havemos de sobreviver sem ela mas pq uma outra vida que nos sobrevém é sempre um pouco mais de vida que nos sobra.
CurtirCurtir