Areal

Em suspiros. Raros. Espasmos. Espalho meu mel. Estou tão agridoce… Farsa foi pensar que podia disfarçar minha candura. Por tempo suficiente para o encanto criar raízes. Feito flor me abri. Rápido demais. Antes da aurora, presumo. O que seria capaz de me conter em mim? É sempre a troca, é sempre o vento, os sussurros lá fora. Me chamando, me intimando a mostrar meus grandes olhos atentos e sonolentos. Ficar presa em minhas pétalas me é tarefa heróica. E eu não tenho tendências ao heroísmo. Quem ganha ou perde…nesse baile não cabe maniqueísmo. Sou um pouco vilã de mim. Entreguei minha donzela ao mar. Agitado, se desfez. Me desfez em limitações livres e plenas.

(Raissa Lopes)

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